Por: Bruno Fontana
28/05/2022

Aprendendo Inteligência
Resumo geral:
Neste livro, o objetivo do conhecido professor Pierluigi Piazzi, italiano naturalizado brasileiro, é ensinar aos estudantes brasileiros a estudarem bem e, por consequência, a se tornarem mais inteligentes. Por mais paradoxal que pareça, infelizmente a realidade é que a maioria dos estudantes no Brasil de fato não sabem estudar. Assim, muitas vezes passam a vida inteira estudando do jeito errado, sem nem se darem conta da enorme quantidade de tempo que foi gasta em vão e com resultados, nem de longe, proporcionais ao esforço. Mas, afinal, podemos nos perguntar, o que significa estudar do jeito “certo”? É justamente a essa pergunta que o autor responde, de forma simples e clara, ao longo da primeira metade do livro, valendo-se para isso tanto de sua experiência em sala de aula como de algumas noções de neuro-pedagogia. No restante, ele se dedica a explicar a segunda parte do objetivo inicial, mas não menos interessante: como se tornar mais inteligente?
PARTE 1 — A PROGRAMAÇÃO DO SEU CÉREBRO
- Por que estudar?
O mercado de trabalho atualmente passa por uma grande transformação: a substituição de seres humanos por robôs e softwares a fim de minimizar os custos de mão-de-obra. Por isso, cada vez mais é necessário se destacar da maioria para conseguir penetrar no mercado. E qual é elemento mais escasso do mundo hoje? Água? Errado! Inteligência. Conclusão: para se destacar é preciso ser inteligente. E a inteligência é desenvolvida quando se estuda melhor. Mas, atenção! “Melhor”, nesse caso, não significa mais quantidade e sim mais qualidade.
O método de conquista dessa qualidade é justamente o que se apresentará nos próximos capítulos.
- Quando estudar?
Um dos piores hábitos que os alunos brasileiros têm é o de só estudar antes da prova. Isso é ruim pela seguinte questão: o cérebro humano só memoriza informações a longo prazo de duas maneiras: 1) emoção 2) repetição. Além disso, o sono é o momento que o cérebro usa para separar as informações que serão memorizadas permanentemente das que serão jogadas fora. Conclusão: é preciso estudar pouco, mas todos os dias, e, de preferência, estudar no mesmo dia o que foi visto em sala aula antes de dormir. Assim, a matéria estudada ficará bem armazenada no cérebro antes de ser jogada fora – pela repetição –, além de ter sido aprendida aos poucos e com maior facilidade. Quando só se estuda antes da prova é literalmente o contrário que acontece: o conteúdo tem que ser assimilado todo de uma vez e não fica guardado durante muito tempo na memória.
- Quanto estudar?
É preciso estudar pouco, como já foi dito no capítulo anterior. Mas a questão é: a quanto corresponde esse “pouco”? Uma boa dica psicológica dada pelo autor para saber se o estudo foi suficiente é: “no fundo, você deve se perguntar, ao encerrar um período de estudo: daqui a alguns anos, quando meu filho tiver uma dúvida nessa matéria, vou poder ajudá-lo ou vou passar vergonha?”
Mas, mais precisamente, um bom cronograma de estudos tem que ser dividido em períodos de 30 minutos com intervalos de descanso de 10 minutos entre cada um deles. Isso porque no cérebro existem algumas substâncias químicas responsáveis pela capacidade de concentração que, durante atividades intelectuais exigentes, costumam se esgotar em torno de 30 minutos. É claro que essa distribuição temporal pode sofrer pequenas adaptações de acordo com as disposições de cada pessoa e situação.
Por último, um aviso que nunca deve ser esquecido: “assistir aula“ não é estudar. Somente se estuda sozinho.
- Como estudar?
Antes de mais nada, é preciso ter um ambiente adequado para estudar, sem barulho, celular ou televisão. Apesar disso, é uma boa ideia estudar ouvindo música instrumental durante o estudo, pois o cérebro consegue ativar várias áreas de aprendizado simultaneamente; nesse caso, as áreas musical e linguística. Mas em se tratando do método de estudo propriamente dito, a maneira mais eficiente de memorizar a longo prazo o conteúdo estudado é escrevendo-o. Como diz um ditado chinês: “se eu ouço, esqueço! Se eu vejo, entendo! Se eu faço, aprendo!”. Em outras palavras, ninguém aprende coisa alguma se não for autodidata, ou seja, professor de si mesmo.
PARTE 2 — ACELERANDO OS NEURÔNIOS
- Como se tornar mais inteligente?
Antes que o autor responda diretamente à pergunta título “como se tornar mais inteligente?”, ele explica o que é a inteligência.
Inteligência é definida como a capacidade maior ou menor de perceber novos padrões, regras. Além disso, a inteligência tem vários aspectos: linguístico, lógico-matemático, musical, espacial, psico-cinético, interpessoal e intrapessoal. Com essa complexa pluralidade, cada indivíduo possui naturalmente uma capacidade mais desenvolvida em algumas áreas do que em outras. Entretanto, não é por isso que a especialização cega deixa de ser, literalmente, burrice, pois a falta de exercício intelectual prolongado em qualquer desses aspectos causa o que se chama de deficiência mental.
- Os cinco passos
Aqui são dados os cinco passos que qualquer um precisa seguir para se tornar mais inteligente
Primeiro passo: acreditar. Acreditar nas próprias falhas, mas ao mesmo tempo acreditar na sua capacidade de superá-las. Afinal, as neurociências já admitem a possibilidade de aumentar e reconfigurar a inteligência de um ser humano.
Segundo passo: evitar a burrice. Isto é, tudo o que atrapalhe o desenvolvimento intelectual e possa ser retirado do caminho por conta própria deve ser retirado. Exemplos: drogas, uso em excesso de aparelhos eletrônicos e internet.
Terceiro passo: estudar pouco. Reiterando mais uma vez o que já foi dito, é preciso estudar pouco, mas todo dia. O que significa também, mais qualidade e menos quantidade.
Quarto passo: procurar desafios. Pier, citando um ditado Chinês, diz, “todo prazer vem associado a uma dor. O verdadeiro prazer é aquele do qual a dor vem antes.” E como isso se aplica à inteligência? Bom, afirma o professor, a mente humana funciona como um músculo, pois ela precisa se esforçar para se desenvolver. Assim, é sempre necessário desafiá-la, colocá-la em situação de desconforto, para aumentar sua capacidade de se adaptar a novos padrões – o que não significa senão tornar-se mais inteligente.
Quinto passo: ler muito. De acordo com o professor Pierluigi, homem não fala porque pensa, mas pensa porque fala, já que falar é a ação mesma de concatenar símbolos racionais para se comunicar, e a mesma coisa serve para a escrita: escrever é pensar e aprender a escrever, portanto, é aprender a pensar. Só que “só escreve bem que lê bem, e só lê bem quem lê muito, e só lê muito quem lê por prazer”. Conclusão: cultivando o hábito da leitura por prazer você se torna mais inteligente e ainda se diverte, pois tem grandes chances de se substituir hábitos preguiçosos, como o de assistir filmes, pelo hábito da leitura. Dessa forma, esta se torna até mais prazerosa e ainda exercita a imaginação.
- Um pouco de cibernética
Neste capítulo, que basicamente encerra a exposição teórica do livro, o professor Pier expõe um conceito de cibernética aplicado à inteligência: a retroalimentação. E o que isso significa? A retroalimentação descreve a situação em que um efeito afeta sua própria causa, seja aumentando sua potência seja diminuindo-a. Com a inteligência humana acontece o primeiro dos casos. Isto é, quanto mais você estuda (causa), mais inteligente você fica (efeito), mas quanto mais inteligente você fica, melhor você estuda, o que faz com que você se torne mais inteligente ainda e assim progressivamente. É o famoso efeito bola de neve!
- E agora uma provinha
Este é somente um capítulo que contém alguns exercícios para desenvolvimento da inteligência propostos pelo autor.
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