
Criminosos só entendem a linguagem da violência
O Brasil não é mais um país: é um território fatiado entre o medo e o silêncio. Um narcoestado onde as leis são escritas com sangue, e a justiça, de tão cega, já não distingue o criminoso da vítima. O Estado recuou, as facções avançaram, e hoje há regiões inteiras governadas por traficantes e milicianos, onde o poder público só entra com autorização ou escolta.
De acordo com pesquisa Datafolha, 19% dos brasileiros vivem em áreas dominadas por facções, o que representa cerca de 28,5 milhões de pessoas sob domínio armado. Outras estimativas falam em 60 milhões de cidadãos vivendo sob leis do crime. A democracia, nesses lugares, é ficção. Quem manda é o Comando Vermelho, o PCC, o Bonde dos 40 e seus clones regionais. É a institucionalização da barbárie.
No meio disso tudo, o Rio de Janeiro é um dos poucos que ainda resiste. A operação de ontem mostrou que há quem ainda tenha coragem. Foram 125 traficantes mortos, 83 presos, 111 fuzis e 38 granadas apreendidos, além de 200 quilos de drogas retiradas das ruas. Quatro policiais tombaram — e tombaram de pé, defendendo o que resta do Estado.
O Comando Vermelho não é um grupo de pequenos criminosos pobres. Tornou-se, ao longo de cinco décadas, uma máquina econômica do crime, com estrutura descentralizada e uma rede de negócios ilícitos que rivaliza com conglomerados empresariais. Nascido nos presídios cariocas dos anos 1970, da fusão entre criminosos comuns e militantes de esquerda presos durante a ditadura, o grupo evoluiu de uma irmandade de proteção mútua para um império financeiro. Hoje controla o comércio de drogas em boa parte das favelas do Rio, mantém influência em presídios de norte a sul do país e expande-se pela Amazônia Legal, Mato Grosso e Norte, em rotas que conectam cartéis colombianos, bolivianos e paraguaios. A facção opera com hierarquia flexível: líderes presos comandam “donos” de bocas de fumo por telefone ou mensagens criptografadas, enquanto cada ponto de venda funciona como célula autônoma que paga “aluguel” e “contribuições” à cúpula. Essa estrutura horizontal garante resiliência: quando um núcleo cai, outro assume.
O diferencial do CV não está apenas na violência, mas na sofisticação de sua economia subterrânea. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública estimou que, em 2022, o conjunto das facções movimentou R$ 146,8 bilhões em mercados ilegais de produtos formais como combustíveis, cigarros, ouro e bebidas, o equivalente a 14,7% do mercado nacional desses setores. O tráfico de drogas, embora ainda central, representa hoje apenas uma fração da renda total. Planilhas apreendidas pela Polícia Federal em 2024 revelaram um caixa mensal de R$ 13,8 milhões, com R$ 6 milhões em dinheiro vivo e R$ 7,8 milhões em “mercadorias”. Em outro caso, um núcleo financeiro ligado ao CV movimentou R$ 6 bilhões em um único ano, usando empresas de fachada, corretoras de criptomoedas, restaurantes, produtoras de eventos e fintechs disfarçadas de bancos digitais para lavar dinheiro. Entre 2019 e 2025, segundo o Coaf, R$ 28,2 bilhões circularam por oito fintechs suspeitas de operar para o crime organizado.
A facção atua em diferentes camadas do mercado, utilizando o narcotráfico como base de liquidez, mas expandindo-se para áreas onde o dinheiro ilícito se mistura ao legal. No setor de combustíveis, grupos ligados ao CV controlam postos e distribuidoras fantasmas que compram e revendem gasolina adulterada com sonegação fiscal. No mercado de ouro, compram minério extraído de garimpos ilegais e o exportam com notas frias, recebendo pagamento em dólares por paraísos fiscais. Em favelas e periferias, impõem “impostos” sobre serviços locais: cobram taxas de mototáxi, internet, gás, água e comércio ambulante, funcionando literalmente como um Estado paralelo. O aplicativo “Rotax Mobili”, controlado por criminosos, gera cerca de R$ 1 milhão por mês apenas com o transporte dentro de comunidades. Além disso, investem em agiotagem e microcrédito, oferecendo empréstimos a juros abusivos sob aparência de assistência social.
Essas fontes de receita financiam a compra de armas de guerra, muitas vezes adquiridas por laranjas ou contrabandeadas pelas fronteiras. Um fornecedor preso em 2025, Eduardo Bazzana, movimentou R$ 1,6 milhão em 40 dias vendendo munição ao CV — valor equivalente ao orçamento de pequenas estruturas policiais. Outro caso envolveu uma joalheria de luxo usada para lavagem de dinheiro. Empresas de eventos, como bailes e shows em comunidades, também servem de fachada para transações milionárias e compra de lealdades políticas locais.
Por trás dessa engrenagem econômica há uma rede de proteção institucional e jurídica. O CV sustenta advogados e escritórios especializados em direito penal e financeiro, muitos alinhados a setores da esquerda garantista e políticos de regiões dominadas por facções. Esses grupos veem o enfrentamento policial como “violência de Estado” e não como defesa da sociedade.
Enquanto os policiais morrem no front, os inimigos da ordem são protegidos nos bastidores. Esses mesmos criminosos que matam cozinheiras, fuzilam inocentes e executam crianças contam com uma rede de defensorias públicas e órgãos internacionais que financiam ONGs para transformá-los em “vítimas do sistema”.
Entre 2016 e 2023, a Open Society Foundation, de George Soros, investiu mais de R$ 300 milhões no Brasil, distribuídos entre 283 ONGs, muitas com atuação política disfarçada de trabalho social. As prioridades declaradas foram apoiar “reformas de políticas de drogas”, “redução de danos” e “descriminalização do consumo”. Na prática, tais agendas enfraqueceram o combate ao narcotráfico e ajudaram a normalizar as drogas em um país tomado por facções.
O Instituto Igarapé, por exemplo, recebeu cerca de US$ 1 a 2 milhões anuais da OSF para produzir estudos sobre violência e políticas de drogas. Seus relatórios, usados por governos e organismos internacionais, defendem a legalização da maconha e a substituição da repressão pela “redução de danos” — posição que muitos especialistas veem como um alívio retórico ao narcotráfico. Em 2011, Soros financiou o documentário Quebrando o Tabu, peça que introduziu de vez o discurso do “fim da guerra às drogas” no debate público brasileiro.
A OSF também financiou projetos de comunicação e direitos humanos com forte viés político. A ONG Sou da Paz, voltada ao desarmamento civil, e a Agência Pública, voltada ao jornalismo investigativo, receberam aportes para denunciar “violência policial” e “desigualdades estruturais”, muitas vezes de forma seletiva e ideológica. Em 2023, o Instituto Incube recebeu R$ 15,5 milhões para “ativismo social”, apesar de denúncias de desvio de recursos. Outros beneficiários incluem o Sleeping Giants Brasil e o Instituto Marielle Franco.
E esse mesmo sistema que chamam de “opressor” é o que os solta. Nos tribunais, o crime tem mais aliados que a lei.
Nos últimos anos, vimos juízes impedirem operações em favelas, alegando “risco à população civil”, como se o verdadeiro risco não fosse deixar as facções reinarem. Houve até decisões proibindo o uso de helicópteros armados, como se a polícia tivesse que pedir permissão para se defender. É a inversão da realidade: o criminoso protegido pela toga, o policial processado por cumprir o dever.
Enquanto os tribunais garantem “direitos humanos” a quem mata, as vítimas são esquecidas. Cozinheiras foram executadas, jovens baleados por engano, crianças torturadas por traficantes. Nenhuma dessas mortes provocou lágrimas em políticos ou manchetes de jornais.
Eis o retrato de um país que protege o algoz e abandona o inocente.
A imprensa chora pelos bandidos, criminaliza a polícia e transforma assassinos em mártires de um Estado que “mata pobres”. O mesmo discurso velho, o mesmo roteiro hipócrita. Enquanto jornalistas tentam deslegitimar operações, os homens da lei contam corpos de colegas mortos.
É preciso dizer o óbvio: não há direitos humanos sem humanidade. Quem assassina por prazer não é humano, é predador. Tolerar o mal não é virtude, é cumplicidade.
O governo do Rio, por mais criticado que seja, teve a coragem que falta à maioria. Enquanto outros estados se ajoelham diante das facções, o Rio reagiu. Com força, com sangue, com determinação. Não há poesia na guerra, mas há dignidade em lutar quando todos preferem se esconder atrás de decisões judiciais e discursos ideológicos.
A verdade é dura, mas necessária: o Brasil virou um narcoestado protegido por tribunais, defendido por advogados de esquerda e sustentado por políticos covardes. Cada liminar que impede uma operação é uma autorização para o crime prosperar. Cada sentença garantista é uma nova cova para o cidadão honesto.
Enquanto isso, os heróis reais — policiais, bombeiros, civis que não se rendem — continuam lutando, muitas vezes sozinhos. O governo do Rio está certo em não recuar. O crime só entende a linguagem da força, e o silêncio do Estado é a sua maior arma.
O Brasil precisa decidir de que lado está: do lado da lei ou do lado da facção. Não há meio-termo entre civilização e barbárie. E se o resto do país continuar de joelhos, que ao menos o Rio continue de pé, porque alguém ainda precisa lutar para que o Brasil volte a ser um país governado por pessoas — e não por sub-humanos.
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